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CÁLCIO

 

O cálcio encontra-se em abundância no organismo humano, principalmente no esqueleto (principal reservatório). Contudo, não possui a capacidade de produzir este mineral, pelo que toda a quantidade que necessita é obtida através da alimentação e, por vezes, da ingestão de suplementos alimentares.

 

Segundo a APOROS (Associação Nacional Contra a Osteoporose), a dose diária recomendada de cálcio para um adulto é de 1000 mg. No entanto, esta varia de acordo com as várias etapas da vida (crianças de 6 a 10 anos - 800 a 1200 mg, gravidez e aleitamento - 1200 a 1500 mg, mulheres na menopausa - 1000 a 1500 mg, homens até aos 65 anos - 1000 mg, mulheres e homens após os 65 anos - 1500 mg). 

 

Os alimentos mais ricos em cálcio são o leite e seus derivados (iogurtes e queijo, por exemplo), embora também exista alguma quantidade nos legumes verdes (espinafres e brócolos), frutos secos (figos, amêndoas e nozes), alguns cereais e peixes que podem ser comidos com espinhas (carapaus pequenos e sardinhas, por exemplo). [1]

O cálcio contido nos lacticínios é melhor absorvido do que o dos restantes alimentos, o que contribui para que sejam a melhor fonte deste mineral. [1]

 

Porém, existem algumas situações em que a obtenção de cálcio na quantidade adequada se encontra dificultada.

Nos casos em que existe intolerância à lactose (digestão dificultada da lactose - açúcar dos lacticínios - por défice de lactase - enzima responsável pela sua digestão), a ingestão de cálcio através da alimentação é mais difícil, o que torna a suplementação deste mineral uma excelente opção para ingerir a quantidade diária recomendada. [1]

 

Outro fator que pode dificultar a obtenção de cálcio são os oxalatos (presentes nos vegetais, nomeadamente nos espinafres e no ruibarbo) e os fitatos (presentes nos cereais). Estas substâncias podem dificultar a absorção do cálcio através da formação de compostos insolúveis com os iões deste mineral. Isto faz com que o cálcio presente neste tipo de alimentos não seja totalmente absorvido. [1]

 

É de salientar que a toma de alguns medicamentos químicos por longos períodos de tempo, tais como os glucocorticoides e os anti epiléticos, podem levar a uma diminuição dos níveis de cálcio no organismo, o que aumenta a necessidade de consumo deste mineral.

 

Existem, ainda, alguns fatores relacionados com o estilo de vida que podem interferir nos níveis sanguíneos de cálcio. São alguns exemplos, a falta de atividade física, o baixo peso corporal, o consumo excessivo de álcool, tabaco e sal e o vegetarianismo (regime alimentar restrito ao consumo de alimentos de origem vegetal). [1]

Sendo assim, há que ter em atenção todos os fatores e garantir que o cálcio se encontra disponível na quantidade diária recomendada, quer através dos alimentos quer através da ingestão de suplementos alimentares.

 

O cálcio necessita da presença simultânea de vitamina D3 para ser absorvido pelo organismo e se fixar ao osso. Logo, é igualmente importante a presença de vitamina D3 na quantidade recomendada (cerca de 800 UI por dia, para um adulto) para uma absorção ótima do cálcio e para a saúde dos ossos.  [1, 2]

 

Os ossos exercem um papel relevante no controlo dos níveis de cálcio no sangue, uma vez que a entrada e saída deste mineral para o tecido ósseo depende dos seus níveis sanguíneos elevados ou reduzidos, respetivamente. Assim, quando a quantidade de cálcio no sangue é demasiado baixa, a atividade dos osteoclastos aumenta, ocorrendo degradação do tecido ósseo e consequente libertação de cálcio para a corrente sanguínea. Quando a sua concentração no sangue é elevada, ocorre formação de tecido ósseo novo pela atividade exacerbada dos osteoblastos (células responsáveis pela construção de osso). [1, 3]

Idealmente, a atividade dos osteoblastos e dos osteoclastos (regulada pela hormona paratiróide - PTH) deve estar em equilíbrio para que o movimento de cálcio para dentro e para fora do tecido ósseo seja igual. [2, 3]

 

A principal função do cálcio é, então, a formação e fortalecimento do tecido ósseo, sendo o mineral mais importante para a saúde dos ossos. Segundo vários estudos clínicos, é indispensável para a manutenção de ossos fortes e resistentes ao longo da vida. A ingestão adequada de cálcio e de vitamina D consiste numa das principais formas de aumentar a densidade mineral óssea (DMO) durante o crescimento e evitar que esta diminua com o avançar da idade. Consequentemente, há uma redução do risco de ocorrer uma fratura, particularmente nos idosos. [2, 3]

 

O cálcio é muito útil na prevenção de doenças que afetam o tecido ósseo, especialmente a osteopenia, a osteoporose, a osteomalacia e o raquitismo. É igualmente importante para atrasar a evolução destas patologias, aumentando, de forma significativa, a qualidade de vida dos doentes. [1, 3]

 

O cálcio é um mineral fundamental para a vida pelas importantes funções fisiológicas que desempenha. Ajuda, ainda, a controlar o pH do sangue, entra na coagulação sanguínea, participa no movimento dos músculos e na atividade cerebral e contribui, também, para o bom funcionamento dos sistemas nervoso e cardiovascular. 

 

 

 

 

Referências:

 

[1] Murray T. Prevention and management of osteoporosis: consensus statements from the Scientific Advisory Board of the Osteoporosis Society of Canada. 4. Calcium nutrition and osteoporosis. Can Med Assoc J. 1996; 155 (7): 935-939.

 

[2] Meunier P. Prevention of hip fractures by correcting calcium and vitamin D insufficiencies in elderly people. Scand J Rheumatol Suppl. 1996; 103: 75-80. 

 

[3] Morris H., Loughlin P., Anderson P. Experimental Evidence for the Effects of Calcium and Vitamin D on Bone: A Review.  Nutrients. 2010; 2: 1026-1035.

 

 

 

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